Revista Graphprint - Edição 148 - page 11

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ENTREVISTA
Outro assunto que detectamos no radar é que as empre-
sas estão começando a lidar com a complementaridade de
produção. Não é mais preciso, por exemplo, ter impressão,
acabamento, entrega e transportadora. Cada um foca no seu
principal e por meio da terceirização a soma de esforços dá
resultados, alémda sinergia,melhores.
GRAPHPRINT: É o momento de as empresas partirem para as
aquisições?
Ceregato:
Sentimos que nas empresas de capital, SA ou
mesmo Ltda, que têm como preponderância capital, isso
acontece. Nas pequenas empresas, onde há capital e pes-
soas, sobretudo com controle familiar, isso é muito difícil. O
complicadoéentender a culturadas organizações familiares.
Emum exemplo, a família costuma ter caixa, em outro exem-
plo, ocaixaéoprópriobolso. Por isso, não vejomuitas fusões
de empresasmédias e pequenas. Já nas empresas grandes,
onde a preponderância é técnica e capital, sim. O caminho é
cada um na sua especialidade para atingir nível máximo de
excelência.Assimépossível baixar custoe investir com foco.
GRAPHPRINT: São vários os desafios pela frente e o caminho
não será omais fácil, concorda?
Ceregato:
Quando assumimos um cargo dessa natureza,
mais por generosidade dos amigos do que por competência,
sabíamos dos ônus e dos bônus. Nossa obrigação é atender
todomundocom tranquilidade; omauhumornão temespaço.
Eu tenho uma gráfica que foi fundada 1969. Não vou dizer
que nasci dentro da gráfica, mas comecei com 15 anos. Na
verdade, euqueria ser jogador de futebol,masmeupai acha-
va que não seria uma boa. Entrei na gráfica, me formei em
Direito,AdministraçãodeEmpresas edepois Economia. Aliás,
até hoje estou fazendo economia.
Ascoisasnaminhavidaacontecempor acasoeeuvou tocan-
do,Ganhei experiênciamuitograndeno tratocomaspessoas,
na relação capital e trabalho.
Temos oportunidades que, às vezes, passam e ficamos indeci-
sos. Por isso, precisamos de alguém com uma palavra amiga
ou até mesmo um empurrão em determinado momento. Por
princípio,nãoacreditoempessimistas,poisachoquenãoagre-
gamemnada. Há lado ruim,mashá ladobomenelemefixo.
GRAPHPRINT: O senhor acredita que seu neto, por exem-
plo, daqui a 15 anos vai usar papel?
Ceregato:
Eu não acho certo dizer que vamos parar de usar
papel totalmente. Durantemuitos anos, a população na faixa
dos 35para cima, um contingente elevado, vai usar papel. Os
“Fazendo uma analogia com o balde
de água gelada que se transformou em
campanhamundial na internet, a ExpoPrint
veio acordar omercado, dizer que as coisas
estão acontecendo. Estávamos entrando
num estado de letargia... O evento trouxe
novas tecnologias e reanimou a relação
entre compradores e fornecedores.”
pequenos, é verdade, já nascem no ambiente digital. Por
isso, imagino que teremos um abismo grande. Na realida-
de essamolecada não pensa, se pedirmos para fazer uma
pesquisa, eles vão ao Google. São pessoasmais práticas e
objetivas. Enquanto vamos de escada, eles querem apertar
um botão e subir.
Não sei como vamos estabelecer uma ponte nesse abismo,
hoje a culpa é do computador, que está fora do ar, e nunca
dapessoa. Émais fácil dizer que enviou amensagem e caso
vocênão tenha recebidoéproblemadoseucomputador. Não
sei,mas vejo uma geração de descomprometidos.
Pelo lado documental, o papel tem duração sempre. Certi-
dões não vão acabar, a escritura da sua casa tem de estar
no papel também. É comummandar email e quando o as-
sunto precisa ser explorado com cuidado alguém solicita
a impressão.
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