Revista Graphprint - Edição 148 - page 9

GRAPHPRINT OUT 14
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ENTREVISTA
GRAPHPRINT: Emprimeiro lugar, aGRAPHPRINTdesejasucesso
no comando da Abigraf nacional. O senhor poderia nos passar
um panorama atual da indústria gráfica?
Ceregato:
Quero agradecer a visita em nossa sede. A visão
que temos da indústria gráfica brasileira, a radiografia geral,
é que há segmentos que estão bem,mercados e regiões que
despontam, e outros, adormecidos. As eleições devem ala-
vancar, principalmente, osmercados do Norte e do Nordeste;
naRegiãoSul, por exemplo, teráefeitoneutro. AprópriaCopa
doMundo trouxe um resultado pífio. Em alguns casos houve
diminuição no volume de encomendas.
A indústriagráfica fazpartedaeconomiabrasileira,queneste
momento está soluçando. Não vivemos ummomento de se-
gurança econômica.
A elevação da taxa de juros é perversa para a economia. Os
juros entram diretamente na composição dos custos, que
consequentemente vão para os preços, que por usa vez so-
bem, dificultando as vendas.
A concorrência com os produtos importados também impacta,
poisacabase tornando referênciadepreçosempreparabaixo.
Mesmoquea importaçãonãosejasignificativa,acaba referen-
ciando a reposiçãonomercado interno. O comprador falapara
manter o preço ou acabará comprando no mercado externo.
Issoafetaasempresas, queentramna faixadeprejuízos.
Mesmo com todos estes desafios, o volume de investimen-
tos emequipamentos foi significativo, comUS$1,6bilhãoem
2013. Significa que o empresário acredita nomercado. Não é
verdade que o empresário não tem o instinto animal, sempre
está disposto a investir em tecnologias.
Com relação às empresas, hoje temos aproximadamente 21mil
noBrasil,sendo95%pequenase85% têmatécinco funcionários,
entreelesopatrão. Éumsegmentoquemontaum tecidosocioe-
conômico importante, quemantém o equilíbrio social. O conceito
demicroempresárionãoexiste,oqueháémicroempresa.
No entanto, acreditamos sempre e estamos confiantes. Com
as eleições, as esperanças se renovam. O Brasil é maior do
quequalquer governo,doquequalquer entidade,esemoem-
presáriofica ingovernável.
GRAPHPRINT: Então é preciso traçar objetivos emprol de gran-
de parte das empresas brasileiras? Quais ações para nutrir as
pequenas emédias?
Ceregato:
Sentimos que uma aproximação é necessária jun-
to ao pequeno, pois o grande, de alguma forma, pela própria
condiçãofinanceira, conseguesedefender e traçar seu rumo.
Já o pequeno emédio dependemde uma bússola.
Oconceitodemãodeobraprecisaser substituídoparao inte-
lecto. Hoje, o funcionário temde solucionar problemas. Penso
ainda que é preciso investir na qualificação do empresário,
não há faculdade para formação de empresários. Mesmo as-
sim, são seres que enxergam o que ninguém olha.
Por exemplo, o mercado está ruim, as perspectivas não são
claras, mas tem empresário investindo. Caso olhasse com a
visão de um economista, não faria nada. Não podemos, em
hipótesealguma,deixar oempresáriosucumbir. Eleéacélula
da economia, é quem faz a coisa andar.
GRAPHPRINT: A indústria gráfica marcou presença na reunião
do Fórum Nacional da Indústria (FNI) com a presidenta Dilma
Rousseff, e osministros da Fazenda, GuidoMantega, e do De-
senvolvimento, Mauro Borges, acontecida em 18 de junho, no
Palácio do Planalto, em Brasília. Conte-nos sobre os avanços
dessa aproximação?
“Mesmo com todos estes desafios, o volume
de investimentos em equipamentos foi
significativo, comUS$1,6 bilhão em 2013.
Significa que o empresário acredita no
mercado. Não é verdade que o empresário
não tem o instinto animal, sempre está
disposto a investir em tecnologias.”
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